quinta-feira, 3 de abril de 2008

Hoje chegou a altura...




Cada um de nós tem o seu “segredo” e precisa do seu espaço na vida para... reflectir e se encontrar. Um “blog” no meio de “milhões” torna-se, sem dúvida alguma, um “espaço” privilegiado para tal acontecer...
Em vez de me deslocar para o alto duma serra e... meditar, sento-me numa cadeira e em frente dum ecran (como este) e escrevo o que me vai na “alma”. Acreditem que funciona quase como a cadeira do psicólogo.
Hoje... porque se trata de uma data especial (para mim... claro) vou falar dos meus “filhotes”.
Tenho dois filhos nos quais tenho muito orgulho. Não... eles não são os “melhores do mundo” (ainda que para mim sejam...) mas andam lá perto. Cada um, à sua maneira, têm “feito pela vida”. E quando me refiro a “fazer pela vida” estou a falar-vos (me) das suas pequenas “vitórias” em relação a tudo. Quer no plano profissional quer no campo pessoal. É evidente que, como “toda a gente”, já sofreram os seus “revezes” e já tiveram as suas “frustrações” mas isso tem ajudado a fazê-los “crescer”. É isso a que nós chamamos de maturidade. É cairmos e levantarmo-nos “tantas vezes quantas as necessárias”. E é evidente que ainda irão cair muitas mais... tal como eu ainda caio. É um processo de aprendizagem lento. Como o provérbio chinês diz:
“O Homem torna-se velho muito rápido e sábio demasiado tarde”.
Apesar de personalidades distintas, um é “aventureiro” e “ousado” o outro é “persistente” e “idealista”, são um pouco do meu “ego” projectado neles. (será assim ou nem tanto?).
Recordo-me, como se fosse hoje, das brincadeiras que tinha com eles. Sobretudo há um local onde isso acontecia e que de quando em vez relembramos nas nossas conversas. No Parque do Monteiro Mor (ao Lumiar) há uma mata bastante grande. Aos domingos íamos para lá de lancheira e um saco de pão duro.
A lancheira, obviamente, era para levarmos as sandes e sumos com que fazíamos os “pic-nics”. O saco do pão era para lançarmos aos peixes e patos que existem num dos lagos ao pé de uma pequena cascata. (na última vez que lá fomos observei a mesma cena com outros miúdos... como eles adoram fazer aquilo). Mas continuemos... depois de “alimentar os bichinhos” passeávamos tranquilamente por entre as copas das árvores detendo-nos, de quando em vez, a observar o nome de alguns espécimes já centenários. Era vê-los correr... saltar... rir... de alegria.
Depois havia sempre o “jogo” (que eu tinha inventado numa das primeiras vezes que lá fomos). Partíamos de um sítio, eu e a mãe, e combinávamos o local de encontro (para o caso de se perderem). Eles esperavam uns minutos (já não me lembro quantos) e depois iam seguindo as setas, que eu entretanto fazia no chão, e que lhes indicava o caminho por onde deviam seguir. Eu fazia sempre questão de dar “uma volta grande” para a brincadeira se prolongar. Era tão simples mas dava-lhes tanta alegria... Seguia-se a hora do “repasto” calmo e repousado (levávamos uma manta de “trapos” que servia de mesa no chão da mata).
Parece que ainda hoje sinto falta do “jogo das setas no chão”...
Para eles que não sabem que eu escrevi isto (um dia... quem sabe... poderão descobri-lo por acaso) vai o meu amor (sem medida) de pai...

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